27 de junho de 2012


Alta dos preços de alimentos no varejo é passageira, diz FGV

A alta nos preços dos alimentos no começo de junho, movimento na contramão dos outros sete grupos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), não preocupou Paulo Picchetti, coordenador do índice calculado pela Fundação Getulio Vargas. Entre o fechamento de maio e a primeira semana deste mês, a inflação do grupo avançou de 0,61% para 0,76%, enquanto o IPC-S passou de 0,52% para 0,43%.

"Essa alta tem muito a ver com problemas de oferta e choques de preços de alimentos in natura. São problemas localizados e sem efeito duradouro", diz Picchetti. O principal vetor de aceleração dos alimentos foi o grupo hortaliças e legumes, que subiu 10,2% na atual medição, contra 6,2% na anterior. O destaque é o tomate, com aumento de 27% na abertura de junho. "Não há uma explicação de sazonalidade. Esses choques tendem a ser compensados por quedas de magnitude comparável mais adiante", observa o economista da FGV.

Segundo Picchetti, esse também é o caso da cebola, que subiu 17,9% na primeira semana do mês, e do mamão, que caiu 15,5% no período, mas teve recuo menor do que na semana anterior, de 20%. "Somente essa variação deu um impacto positivo de 0,01 ponto percentual no índice geral", afirma.

O cenário da FGV para o mês, no entanto, é de tranquilidade para todos os grupos que compõem a inflação no varejo. Picchetti prevê que o IPC-S desacelere para 0,20% no fechamento de junho, movimento que, de acordo com ele, será puxado principalmente pelos alimentos como reflexo da desaceleração que vem ocorrendo no atacado.

A deflação de 0,39% verificada nos transportes também deve se aprofundar ao longo do mês na previsão do coordenador do IPC-S, já que, após a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, os preços de veículos novos e usados devem continuar caindo. Na atual leitura, a queda foi de 2%. Os combustíveis também estão ajudando, com a entrada da nova safra de cana-de-açúcar e a queda do valor do petróleo no mercado internacional. Entre o fechamento de maio e o começo de junho, a alta do álcool combustível passou de 0,27% para 0,05%, ao passo que a gasolina aprofundou seu recuo de 0,32% para 0,35%.

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