De loja falida a rede de sucesso no interior
Por Fernando Salles - 20/02/2012
Tinha tudo para dar errado, diriam os pessimistas sobre a história de Marise Mirian Lourenço Vieira, que mais parece um roteiro de cinema. Mas a trajetória dessa empreendedora não só é real como um exemplo de coragem, perseverança e dedicação. Ela morava com a família na roça, em um pequeno sítio próximo à cidade paulista de Tambaú, adquirido por seu pai pouco antes de falecer.
Em 1987, a família vendeu algumas cabeças de gado a um açougueiro que, sem ter como pagar, repassou o açougue à família. Mas, com o tempo, a concorrência com os supermercados tornou cada vez mais difícil tocar o negócio. Marise, porém, não cruzou os braços.
"Resolvi fazer alguns cursos para melhorar e diversificar nossos produtos. Logo montávamos uma pequena fábrica de embutidos e defumados", lembra. A dificuldade em levantar recursos financeiros para cumprir todas as exigências da legislação, no entanto, voltou a inviabilizar a continuidade do negócio. Nessa mesma época, Marise soube da falência de um supermercado na cidade vizinha, Santa Rosa de Viterbo. Foi até lá investigar a história e se interessou em comprar a loja, mas com uma dúvida crucial: "como pagar?" "Oferecemos cabeças de gado e cheques pré-datados", conta. Loucura? "Foi nossa chance de sobrevivência", justifica.
O ano era 1996 e surgia assim o Solar Supermercados. Não bastassem todos os percalços, no início da operação era difícil até encontrar fornecedores dispostos a negociar, já que muitos ainda associavam a loja aos antigos proprietários, que não honraram diversos pagamentos.
Aos poucos, Marise conquistou a confiança de todos na cidade. Hoje, o Solar é uma rede com três lojas – uma delas com restaurante e farmácia próprios –, cujo faturamento no ano passado foi de R$ 22,3 milhões, o que representa um aumento de 12% em comparação com 2010.
Questionada sobre a fórmula para transformar uma loja falida em empreendimento de sucesso, ela cita os quatro pilares de sua gestão: honestidade, transparência, dedicação e respeito aos clientes. Daria ou não um bom filme?
Nenhum comentário:
Postar um comentário