28 de outubro de 2012


Em 2012, varejo brasileiro pode crescer 6%

Comércio se mantém otimista por conta da queda da SELIC, que deve facilitar o consumo

A expectativa para o crescimento do varejo 2012 está otimista, segundo a Federação de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP). A perspectiva para este ano, de acordo com o presidente da entidade, Mauricio Stainoff, é de 6% de crescimento. “O varejo está otimista devido à queda da SELIC e isso tem animado o setor, que deve facilitar o consumo e o crediário. Esta baixa pode alavancar as vendas e isso é importante para os lojistas”, afirma.
De acordo com Stainoff, a estratégia do governo em baixar os juros e diminuir os impostos para estimular a produção nacional, assim como fez com a queda do IPI, deve dar fomento para o comércio. “Será o varejo que vai segurar o mercado interno”, defende.
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) também comemora mais uma redução da taxa básica de juros e avalia que o ciclo de quedas da Selic abre espaço para a retomada do consumo interno mais forte e, por consequência, a recuperação do varejo brasileiro.
Para o economista e professor livre docente do departamento de economia da USP, Fábio Kanczuk, o varejo nos últimos dois trimestres de 2011 foi ruim, mas não foi possível perceber em São Paulo. “O clima de crise mundial piorou e o aperto monetário também assustou”, afirma.
Embora 2011 não tenha sido o melhor ano para o varejo brasileiro, a leitura de Kanczuk para 2012 é otimista. “O Banco Central reverteu o aperto nos juros e começou a soltar crédito, isso será importante neste começo de ano. A economia ainda está andando devagar com crescimento próximo de zero, mas acredito que possa crescer cerca de 4%, podendo chegar a 7% no 2º semestre de 2012”, diz.
ABC Paulista
Considerado uma continuidade da cidade de São Paulo, o varejo da região do ABC Paulista, representada pelas cidades de São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema, que juntas somam 2,5 milhões de habitantes, tem previsão de crescer 7%. “A previsão é a mesma do ano anterior, entre 6% e 7%, ou seja, será estável”, afirma o vice-presidente regional da FCDLESP, para o ABC, Evandro de Lima.
Para Lima, o Brasil vem crescendo continuamente nos últimos anos e a nova classe média tem mantido o consumo. “Os setores de comunicação e informática têm puxado o crescimento, seguido por móveis e materiais de construção. Se o governo mantiver a redução do IPI, os eletrodomésticos também podem ajudar neste aumento”, afirma.
O varejo do interior paulista
A expectativa de crescimento do varejo no interior de São Paulo permanecerá estável, segundo informações das CDLs locais. De acordo com o presidente da CDL de Franca, Pedro José Olivito Lancha, o Brasil está em um bom momento para o consumo, mas o crescimento na região deve ficar entre 4% e 5%. “A tendência é melhorar um pouco, mas não muito devido à desaceleração da economia. Será um ano bom, mas sem grandes euforias. O cenário de crescimento de 10% que a região teve em 2011 não será o mesmo para 2012”, opina.
Na região de Botucatu, a União ACE/CDL tem organizado visitas aos lojistas para aplicar uma pesquisa, com intenções de constatar quais as principais necessidades e reivindicações dos mesmos e, dessa forma, como as entidades podem contribuir para o desenvolvimento mais efetivo do setor.
Para o presidente da União ACE/CDL de Botucatu, Emílio Angella Neto, a medida tem dado resultados positivos. “Tivemos um bom crescimento do varejo em nossa cidade, com a chegada de novas lojas de rede e abertura de outros empreendimentos”, afirma.
Segundo a Secretaria de Comércio e Serviços de Botucatu, o setor hoje é responsável por 55,57% dos empregos no município. “Somado Indústria, Agricultura e Construção Civil, entre 2009 e 2011 foram criados quase 5 mil novos postos de trabalho na cidade. Para o fim de 2013 está prevista a inauguração do primeiro shopping de Botucatu e isso também acaba estimulando desde o pequeno até os grandes lojistas a melhorarem seus negócios”, explica Neto.

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