19 de junho de 2011

Tendências de Consumo

Em busca de praticidade consumidor migra de categorias

O brasileiro está trocando produtos básicos por versões já prontas para o consumo. Está na hora de rever o mix e apostar no que garante maior lucro. Em vez de suco concentrado, suco pronto. No lugar do extrato e da polpa, o molho de tomate. A troca de um produto que exige mais tempo de preparo por outro, já pronto, é cada vez mais comum nos lares brasileiros. E isso se deve à correria do dia a dia e ao aumento do poder de compra do brasileiro. Para o varejista, a substituição significa mais dinheiro no bolso, já que as versões prontas são mais caras e aceitam margens maiores. Márcio Muniz, consultor da Integration, lembra, contudo, que as categorias básicas não devem ser retiradas das gôndolas. Boa parte delas ainda tem participação significativa nas vendas e algumas se mantêm na liderança. "Em muitas regiões a substituição está só começando," diz ele. O ideal é entender o mercado local para, então, mudar a participação dos produtos nas prateleiras.


ENTENDA OS SUCOS
Apesar de render mais e custar menos do que os prontos, o suco concentrado tem caído nos últimos anos. De dezembro de 2009 a setembro de 2010, o mercado caiu 4,8% em volume, enquanto o de sucos prontos cresceu 16,8%, segundo dados Nielsen. A Ebba (Empresa Brasileira de Bebidas e Alimentos), dona das marcas Maguary e Dafruta, atribuiu a queda dos concentra dos à busca por praticidade, mas também à alta no preço das frutas. Só em 2009, o produto subiu 8% ao consumidor, puxado pela queda nas safras de maracujá e caju, os sabores mais vendidos. "O consumidor não enxerga que o preço por litro é inferior ao da versão pronta (com 500 ml, preparam- se cinco litros de bebida)," diz Antônio de Souza, gerente de uma das oito lojas da rede Futurama (SP). "O cliente leva a bebida pronta por acreditar que é mais barata", acrescenta. Nos últimos anos, o consumo de concentrados caiu 10% na sua loja, e os sabores de menor saída chegaram a perder o prazo de validade por falta de giro. "Tivemos de reduzir a participação dessas versões nas prateleiras para não ter prejuízo", conta.

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